Clubhouse é a “nova” rede social de 2021. Já avaliado em US$ 1 bilhão, o aplicativo de bate-papo por áudio tem sido um sucesso, incluindo aparições inesperadas de Elon Musk, Mark Zuckerberg e outras personalidades. Funciona assim: Você só participa com áudio do celular, o que deixa tudo com uma cara de podcast ao vivo, misturado com uma boa mesa de boteco. No aplicativo, você segue pessoas e interesses, e pode participar de salas de discussões sobre os mais diversos temas.
Por enquanto o app está liberado só para o sistema operacional iOS, dos celulares iPhone (Apple). Quem tem um smartphone com o sistema operacional Android precisa esperar uma nova versão, que o Clubhouse prometeu entregar “em breve”. Além disso, é preciso ser convidado para entrar (uma dica é baixar o app e entrar na lista de espera, assim algum de seus amigos pode te liberar em poucos dias).
A estratégia de escassez, que não é nova no lançamento de produtos, é um dos motivos para a febre em torno da nova rede social. O FOMO (Fear of Missing Out, ou o medo de “ficar de fora”, em uma tradução livre), é um dos recursos explorados para buscar relevância e fazer barulho.
Entenda a dinâmica do Clubhouse
A plataforma é gratuita e não veicula anúncios (por hora!), com novos usuários convidados pelos atuais membros. Mas há investidores, profissionais de marketing e usuários entusiasmados com o potencial do Clubhouse. Para as marcas, há um grande aprendizado, principalmente sobre os estilos de vida e as motivações dos novos usuários concentrados em salas de áudio.
Outro aspecto que diferencia o Clubhouse é que você não pode gravar ou consumir esse conteúdo depois. Para alguns analistas, o desaparecimento do áudio é uma das razões pelas quais as pessoas estão interessadas na plataforma. “É libertador nesse sentido.” O formato de fluxo livre do aplicativo também o torna interessante, com uma troca de ideias em tempo real, com improvisação fora da câmera.
Mas é fato que o Clubhouse está criando uma nova dinâmica na maneira como as pessoas interagem e influenciam umas às outras. Uma das possibilidades para entender essa preferência, é que as pessoas querem se concentrar em comunidades menores e mais íntimas, deixando as grandes praças públicas.
Players concorrentes também já trabalham para recuperar terreno. O Twitter, inclusive, já vem testando salas de bate-papo de voz semelhantes, chamadas Spaces, com lançamento previsto para os próximos meses.
Oportunidades para marcas e network de profissionais
Qualquer pessoa pode criar uma sala e falar sobre um conteúdo que domina. Desde discussões sobre como organizar equipes de trabalho, como escalar sua solução ou ainda como atuar nos segmentos de arquitetura, design etc. Ouvir diretamente os consumidores (assim como seus concorrentes) oferece grandes oportunidades. E é raro ter esse tipo de discussão autêntica em outras redes sociais ou plataformas de comunicação.
Nesse sentido, o aplicativo permite ainda se conectar com diferentes líderes e personalidades, seja moderando uma sala de discussão ou apenas participando como speakers. O limite de cada sala é de aproximadamente 5.000 usuários. É uma forma de acessar debates que antes você só veria em eventos de grande porte ou exclusivos; e ainda existe a possibilidade de os moderadores da sala aprovarem um tempo para perguntas. Mas é uma rede em que você precisa minerar para acompanhar discussões relevantes.
Marcas de arquitetura, beleza ou moda, entre tantas outras, podem utilizar o aplicativo para discutir tendências ou a inspiração por trás de uma coleção ou para se comunicar com os fãs e receber feedback de forma direta.
Por isso, o Clubhouse surge como uma nova aposta no horizonte de marcas e profissionais que estabelecem relações autênticas – algo apreciado por todos os consumidores e ouvintes.
Mas é preciso avaliar como as barreiras de acesso serão contornadas, os desafios para garantir que os usuários entendam a rede social e façam (bom) uso constante dela. E o grande desafio é lidar com a saturação de redes sociais e escassez de tempo. Facebook, Twitter, Telegram, Instagram, TikTok, Pinterest, WhatsApp, YouTube e muito mais. Mas lembre-se: mais do que sua atenção, você está decidindo que conteúdo vai permitir impactar os seus sentimentos.
E se você já está no Clubhouse, será um prazer conectar: @carlossouza