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Alugar, em vez de comprar. A IKEA, maior varejista de mobiliário e artigos de decoração do mundo, pretende mexer no seu modelo de negócio. A marca sueca acaba de anunciar que vai realizar testes para o serviço de aluguel e assinatura de móveis. A iniciativa, dedicada inicialmente ao segmento corporativo, vai permitir que clientes na Suíça aluguem móveis por um período de tempo pré-determinado.

O objetivo, além de buscar novas receitas e fidelizar clientes pela conveniência do serviço, atende a proposta de “Economia Circular”. Esse conceito estratégico visa a redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia. De acordo com a IKEA, esse modelo beneficia diretamente o meio ambiente e pode ajudar o grupo a reduzir sua emissão de carbono em 15% (em termos absolutos).

Após o aluguel, os produtos serão devolvidos à IKEA, que poderá recuperá-los e colocá-los à venda como artigo de segunda mão. “A ideia é prolongar o ciclo de vida dos móveis”, explica Torbjörn Lööf, CEO da holding IKEA.

 

A IKEA, marca sueca de móveis e artigos de decoração, acaba de anunciar que vai realizar testes para o serviço de aluguel e assinatura de móveis

 

Aluguel de móveis abre novas possibilidades

Lööf acrescenta que a mudança pode abrir caminho para “serviços de assinatura escaláveis” no futuro. A marca, inclusive, já definiu que o próximo passo é expandir a oferta de cozinhas. A IKEA entende que o consumidor sai ganhando nesse modelo, já que poderá renovar sua cozinha mais facilmente com o sistema de aluguel. Esse setor da casa, normalmente, é o que recebe maior investimento nas residências.

A iniciativa também agrada consumidores que passam a se preocupar com o impacto ecológico de suas compras. Com o serviço de aluguel de móveis, especialistas de varejo destacam ainda que a proposta permite saber o que acontece a esses produtos e como eles são tratados pelos consumidores.

 

O objetivo da IKEA, além de buscar novas receitas e fidelizar clientes pela conveniência do serviço, atende a proposta de economia circular

 

“Fim” do consumo em massa exige novas iniciativas

No Reino Unido, a IKEA já criou um programa para reciclar seus produtos têxteis e também está considerando operações de reciclagem para colchões e móveis de madeira. Inclusive, os processos de fabricação de sofás estão sendo modificados para recuperar mais facilmente seus componentes. Veja detalhes da Coleção Delaktig com o designer britânico Tom Dixon. Algumas lojas também dispõem de oficinas de reparo para itens danificados e troca de portas de armários (foto abaixo).

A IKEA busca ainda intensificar a iniciativa “Second Furniture Life”. Clientes podem levar móveis usados ​​de volta à loja e receber vales em troca, para adquirir novos artigos. Esse modelo já está em operação na Austrália, França, Escócia e Japão, por exemplo.

 

Algumas lojas da IKEA dispõem de oficinas de reparo para itens danificados e troca de portas de armários, incentivando a economia circular

 

Na visão do grupo, se as últimas décadas se voltaram ao consumo de massa, estamos agora entrando na era da economia circular. Em 2018, vale lembrar, a marca conquistou o prêmio de sustentabilidade no Fórum Econômico Mundial. “Nós realmente acreditamos que a jornada rumo a uma economia circular requer uma mentalidade ousada e inovadora. Isso exige um trabalha em conjunto com muitas partes interessadas. Não é apenas sobre recuperar peças”, afirma Malin Nordin, líder de Desenvolvimento Circular da IKEA Range & Supply.

Fernish foca em móveis por assinatura

Nos Estados Unidos, a startup Fernish acaba de arrecadar 30 milhões de dólares para lançar seu projeto de aluguel e assinatura de móveis. O serviço, gerido por uma plataforma online, permite que os usuários “assinem” desde peças específicas até móveis para ambientes completos. A operação já está disponível em Los Angeles e Seattle, conforme indica a companhia em seu site.

A empresa, criada em 2018, explora a tendência de mobilidade das pessoas e questões relativas à sustentabilidade. De acordo com a EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA), quase 10 milhões de toneladas de móveis são abandonados ou jogados em aterros todos os anos. Contudo, a ideia da startup é estimular os consumidores a repensar a maneira como mobiliamos as nossas casas. No momento, os assinantes podem escolher entre mais de 220 peças, de diferentes marcas. Os clientes têm a opção de trocar, devolver ou até mesmo comprar os móveis quando acabar o prazo da assinatura.

Michael Barlow, CEO da Fernish, afirma que “procura responder a mudança de comportamento do consumidor em relação à mobilidade, flexibilidade e conveniência”. O foco de atuação inicial está concentrando no público de profissionais que mora de aluguel e se muda com frequência. A geração de millenials, jovens que representam o maior grupo de consumidores do mercado americano, também se enquadra. “Estes consumidores compram, deslocam-se e descartam móveis muito rapidamente, por causa de seu estilo de vida”.

 

Nos Estados Unidos, a startup Fernish acaba de arrecadar trinta milhões de dólares para lançar seu projeto de aluguel e assinatura de móveis

 

Aluguel de móveis também é promissor na Índia

A ideia de pessoas em movimento, sejam jovens mudando de cidade para estudar ou profissionais que vislumbram novas oportunidades de trabalho em outras cidades ou países, é crescente. Há ainda uma parcela de pessoas que está em constante deslocamento em busca da felicidade e do autoconhecimento. Contudo, esses nômades enfrentam o mesmo dilema: mobiliar suas residências e fazer mudanças. A resposta para este dilema também está no serviço de uma startup indiana, denominada Furlenco. Falamos deles por aqui em 2016 – veja o post.

De acordo com um relatório do Conselho de Desenvolvimento de Comércio de Hong Kong (HKTDC), o mercado indiano de móveis deverá atingir US$ 27 bilhões até 2022. No segmento, Furlenco e outras empresas já estão atendendo à economia de compartilhamento com sucesso.