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Tendo a simplicidade, as formas orgânicas, a funcionalidade e o ideal que a beleza deve melhorar até mesmo os mais simples acessórios da vida diária, o design escandinavo, proveniente de países como Dinamarca, Noruega, Suécia e Finlândia, dita tendência até hoje. Texturas, elegância, tato e móveis artesanais são outras filosofias que marcam o trabalho dos designers e fabricantes que adotam esse estilo.

E vem de um grupo de estudantes de design de móveis da Universidade de Ciências Aplicadas da Dinamarca (VIA), que exibiu suas peças durante a semana do Salão do Móvel de Milão, alguns exemplos de como a experiência sensorial, texturas e superfícies táteis são importantes para o mobiliário.

“Isso confirma o quão relevante é esta tendência. Design de superfície pede texturas, materiais que convidam ao toque e se conectam com o público”, explica Elisa Toazza, responsável pelas áreas de Design, Marketing e Comunicação Corporativa da unidade brasileira da Schattdecor. A companhia, de origem alemã, é especialista em superfícies e no segmento de papéis decorativos.

 

Elements de Sabine Appel e Bounce de Diana Mot
ELEMENTS de Sabine Appel e BOUNCE de Diana Mot
What you need? de Rikke Egebaek e Unum de Malene Ejsing Noergaard
WHAT YOU NEED de Rikke Egebaek e UNUM de Malene Ejsing Noergaard

“Temos trabalhado na concepção de produtos que estimulam, desafiam e provocam a sensação do toque”

Eva Paarman

Na exposição, intitulada Feel It! (Sinta), cada uma das 16 peças projetadas pelos estudantes relaciona-se com a necessidade de sentir texturas novamente e passar nossos dedos sobre superfícies não-digitais.

Segundo Eva Paarman, designer e professora responsável pelo Projeto VIA Design, “foi realizada uma extensa pesquisa para conceber os novos produtos e conceitos para o mobiliário, que buscam surpreender, desafiar e despertar os sentidos táteis e, talvez, até mesmo melhorar a nossa qualidade de vida”.

 

GRO de Therese Damkjaer e LADYBUG de Charlotte Noekleby
GRO de Therese Damkjaer e LADYBUG de Charlotte Noekleby
FRAME BY YOU de Sara Gotfredsen e BRAZIL de Brian Andersen
FRAME BY YOU de Sara Gotfredsen e BRAZIL de Brian Andersen

 

Eva complementa: Nossos alunos têm ângulos muito diferentes sobre a forma de interpretar o tema e como transformar as suas interpretações em móveis”.

A escolha do tema é uma reação ao fato de que muitas pessoas vivem suas vidas em frente e através de telas de computadores e smartphones, que simplesmente não estimulam o sentido do tato. Estima-se, um usuário médio acessa seu telefone celular cerca de 85 vezes por dia. Assustador, não!

 

Block It de Susanne Iversen e Beluga de Klas Poulsen
BLOCK IT de Susanne Iversen e BELUGA de Klas Poulsen
TERRA FIRMA de Connie Huang e SINN de Louise Bryholt
TERRA FIRMA de Connie Huang e SINN de Louise Bryholt

 

Para Jeppe Mogensen, PhD, pesquisador e monitor do progresso de materiais e produtos dos alunos em VIA Design, o tato é o primeiro sentido que as pessoas desenvolvem. “Dentro da arquitetura e design contemporâneo, as qualidades táteis sido muitas vezes esquecida, mas o elemento tátil é realmente de grande importância para a nossa forma de experimentar o mundo”.

“É realmente interessante e relevante trabalhar estrategicamente com ele (tato) no desenvolvimento de novos móveis”.

Jeppe Mogensen

Assim, os alunos projetaram produtos diversos, como uma rede tecida a partir de restos de pneus, um alto-falante, um sofá-cama multifuncional, parede divisória, além de aparadores, colchão, bancos e poltronas.

 

NEPTUNE de Adela Hatic e RUBBER REST de Isabella Bergstroem
NEPTUNE de Adela Hatic e RUBBER REST de Isabella Bergstroem
HFW de Cecilie Brock e SQUEEZE ME de Laura Bilde
HFW de Cecilie Brock e SQUEEZE ME de Laura Bilde

 

Texturas no mobiliário

A peça Frame By You, de Sara Gotfredsen, por exemplo, foi concebida como uma parede divisória que pode separar um pequeno apartamento. Já o aparador BRAZIL, de Brian Andersen, explora a combinação de madeira, couro, aço e vidro. A rede RUBBER REST, de Isabella Bergstroem, também chama a atenção pela elasticidade, tato e franjas, com fortes ligações ao mundo da moda e que adicionam leveza.

De Therese Damkjaer, o banco GRO, ameniza o frio da construção metálica com a propagação de cogumelos. Tatéis e removíveis, o usuário pode criar a sua própria composição e expressão visual. Aliás, a menção e utilização de fungos e microorganismos é um tema recorrente entre os designers ultimamente – abordamos isso nos highlights da feira norte-americana ICFF.

 

Schattdecor – Papéis decorativos

Dentro do segmento de mobiliário e design de interiores, a Schattdecor sugere três decors que “conversam” com essa tendência que estimula o uso de texturas e o tato. São eles: Cambridge Oak, carvalho com poros claramente delineados e estrutura que oferece um atraente efeito de movimento 3D; Rhodos Pine, padrão rústico e marcante devido às linhas de crescimento e textura fibrosa; e Metalwork, que combina o metal e áreas de ferrugem em um olhar patchwork.

 

Decors da Schattdecor que valorizam a textura: Cambridge Oak, Rhodos Pine e Metalwork