O conceito de “casa inteligente” está se espalhando cada vez mais e os móveis e utensílios de cozinha são uma ótima oportunidade para estimular a inovação tecnológica. É claro que esses avanços não chegam na mesma velocidade para todos e nem todas as propostas irão vingar num futuro próximo, mas é fato que os designers e industriais precisam repensar alguns produtos. A mesa SmartSlab já é um indicativo desse cenário.
Criada pela dupla Reed Kram e Clemens Weisshaar, a mesa de jantar SmartSlab é um dos recentes exemplos envolvendo tecnologia e mobiliário, e funções “invisíveis”. O produto apresenta um tampo cerâmico com sensores e circuitos escondidos para induções de calor e frio.
Posicionados em lugares estratégicos do tampo, você tem a possibilidade de cozinhar, aquecer alimentos a uma temperatura exata de 42,5° C, ou manter a refrigeração de bebidas – tudo sem deixar a mesa. “É realmente simples e você pode utilizá-la como uma superfície de cozinhar e mesa de jantar, ao mesmo tempo”, diz Weisshaar.
Este filme demonstra a funcionalidade da mesa de jantar SmartSlab, com controles sensíveis ao toque incorporados por baixo da superfície.
De acordo com a Sapien Stone, que desenvolveu a tecnologia, os painéis Slab sinalizam a chegada de materiais inteligentes ao design de mobiliário e arquitetura, desbloqueando uma ampla gama de potenciais aplicações – “antes, inconcebíveis para um material tão elegante”.
Ainda segundo a companhia americana, o material cerâmico é praticamente indestrutível, sendo impermeável, além de evitar choque térmico, arranhões e a proliferação de micróbios ou a propagação de chamas. A placa, indica a Sapien Stone, pode ser adaptada e permite uma infinidade de usos nos móveis e projetos de interiores.
SmartSlab – móveis inteligentes
Adeptos da mistura de novas tecnologias em seus trabalhos, a dupla Clemens Weisshaar (à esquerda, na foto) e Reed Kram disse aproveitar a oportunidade desse trabalho para imaginar o futuro da cozinha. “SmartSlab é um demonstrativo do ritmo tecnológico que veremos nas cozinhas”, diz Weisshaar. “Ao estudar o potencial da integração da tecnologia nas placas, rapidamente percebemos que as tecnologias discretas [sensores] têm grande potencial para desafiar fundamentalmente os projetos de hoje.”
Segundo os designers, as atitudes em relação à comida mudaram radicalmente nos últimos anos, mas há pouca inovação em design de cozinha. “Há um incrível trabalho sendo feito por chefs de todo o mundo, mas pouco trabalho de design em torno de repensar, de forma mais radical, como nós iremos cozinhar e comer”, pontua Kram.
Weisshaar também sinaliza que muitas cozinhas elegantes, são apenas manifestações de poder de compra, principalmente para pessoas que não cozinham.
“É preciso repensar a cozinha”
Clemens Weisshaar
Trabalho e produção
Clemens Weisshaar explica ainda que todo o processo da dupla é motivado pelo objetivo de alcançar um protótipo totalmente funcional. “Isto significa pensar tudo, desde o hardware mecânico, os materiais eletrônicos, ferramentas, as considerações de montagem, escolhas de materiais, design industrial, design de interação e os elementos que precisam ser profundamente integrados. Caso contrário, você nunca terá o impulso necessário para alancar um projeto como este”.
Fabricada em Modena, na Itália, as placas cerâmicas inteligentes tem apenas 6 milímetros de espessura. “O tampo é tão fino, que o LED das unidades de iluminação brilha”, diz Kram, revelando que a tecnologia desenvolvida em breve também deve permitir o carregamento sem fio para aparelhos celulares.
As placas inteligentes são criadas sob demanda e estão disponíveis para encomenda por meio do site da SapienStone.