A italiana Magis, com a coleção Me Too (2004), foi uma das primeiras marcas a oferecer móveis para crianças com design contemporâneo e desenhados por grandes nomes. Javier Mariscal, Enzo Mari, Oiva Toikka, Marc Newson, Eero Aarnio, Philippe Starck e Marcel Wanders são apenas alguns dos nomes que assinam peças da companhia. As peças reúnem design simples, aspectos lúdicos e propostas adequadas para os pequenos, incentivando a criatividade e a possibilidade de crescer com as peças.
Segundo Eugenio Perazza, criador da Magis, a coleção é mais do que móveis de design em escala reduzida: “É uma operação que estimula os designers e a empresa para ver o mundo e os objetos através dos olhos de uma criança”. Além da criatividade dos designers, Me Too também foi projetada com a consultoria de especialistas pedagógicos. Abaixo, fotos da linha de produtos.
Exemplo dinarmaquês
Seguindo raciocínio parecido, a marca dinamarquesa bObles procura criar móveis para crianças que permitem o desenvolvimento da sua coordenação motora, trabalhar movimentos e senso de equilíbrio.
A arquiteta e co-fundadora da empresa, Bolette Blaedel, conta que durante a licença maternidade de seu primeiro filho achou difícil encontrar mobiliário infantil que incentivasse jogos e brincadeiras. Logo, juntou forças com a irmã e designer Louise, e passou a projetar as primeiras peças.
“A ideia de fazer as crianças se sentar e escutar, a fim de aprender alguma coisa, é completamente errada. As crianças aprendem mais quando estão se movendo, utilizando suas habilidades motoras”, diz Bolette Blaedel.
Vencedora de inúmeros prêmios de design na Europa, a bObles defende o desenvolvimento de habilidades motoras como algo realmente importante. Isso ajuda nas habilidades sociais das crianças, bem como na capacidade de entender o seu espaço. “Isso também tem a ver com a compreensão das consequências de suas ações. Por fim, o desenvolvimento motor e dos movimentos dão às crianças maior autoestima”, detalha a empreendedora.
O segredo dos móveis para crianças? Simplicidade, linhas limpas e sem detalhes desnecessários. “As formas simples atraem as crianças, porque a compreensão e senso de perspectiva delas ainda não são desenvolvidas como nos adultos”, resume Louise.
Móveis para crianças
Em abril, a fabricante e rede de lojas IKEA também lançou uma nova família de produtos para crianças. A coleção FLISAT de móveis e de armazenamento foi projetada pela designer Sarah Fager para crescer com a criança entre os 3 e os 12 anos de idade.
Seguindo o viés escandinavo, com desenhos e linhas limpas, os oito móveis da série são em madeira de pinho e funcionais: mesa ajustável; mesa infantil com armazenamento; banco; carro de armazenamento com rodas; display de livros; casa de bonecas / prateleira de parede; nicho de parede e rack de maçaneta.
Com o crescimento da criança, a casa de bonecas pode ser pendurada numa parede e ser usada como prateleira. Já a mesa, pode ser inclinada e ajustada com três alturas diferentes.
Design coreano
Quem também aposta na visão lúdica e funcional do mobiliário para crianças é a coreana Titot. Uma das peças projetadas pela empresa é o Elephant. Trata-se de um conjunto de mesa e cadeira que lembra as características de um elefante. A orelha serve como alça para carregar o móvel e o nariz e olhos são partes da almofada.
Feito para durar
A fabricante Leander, da Dinamarca, é outra empresa que aposta no segmento. Trabalhando com móveis para crianças e bebês, a fabricante se empenha em selecionar os melhores materiais, consciente da segurança exigida, e em criar produtos com design. “A ideia básica é que nossos produtos devem fazer a diferença. Isto pode ser puramente estético ou pela funcionalidade”, afirma o CEO Benny Kristiansen.
O empresário lembra ainda que a empresa trabalha em um campo onde são os pais que decidem para seus filhos o que comprar e usar. “Os produtos devem ser fáceis de usar e cumprir com as necessidades da vida cotidiana em uma família com crianças pequenas”.
A Leander também tem a premissa de que seu mobiliário é feito para durar. “Quando decidimos usar materiais exclusivos, a abordagem de um artesão, significa que não desejamos criar um mobiliário que seja descartado depois de um ano. Desenhamos móveis que podem ser reutilizados ou vendidos a uma outra família. Isso perpetua nossa marca”, diz Kristiansen.
O CEO aponta que os detalhes das coleções passam pelo desenho, seleção de ferragens e tipo de cola, por exemplo. É preciso que os móveis possam ser montados e desmontados diversas vezes, se necessário. “Nós também nos importamos muito em como minimizar o número de parafusos e acessórios. Esse processo exige que você desenhe e projete de forma criativa”.