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O mundo em torno de nós molda a nossa forma de pensar e criar ideias, e a forma como criamos ideias forma o mundo que nos rodeia. É claro que não há regras estabelecidas para esse processo criativo, mas é certo que a criatividade é considerada uma capacidade humana de grande valor universal. E inerente ao homem!

Mas onde buscamos inspiração? E os designers de móveis, como eles moldam seus processos e estimulam sua criatividade? Como unir processo criativo, forma e função, desenho, tendências, materiais e fabricação do mobiliário desenvolvido?

Quem responde essas dúvidas são: Dennys e Patrick Tormen, do t44 Studio, Richard Nascimento e Kati Takahashi, do Estúdio Rika, Carol Gay e Gustavo Bittencourt, que comandam seus respectivos ateliês. Em comum, além do trabalho com design autoral e linhas de mobiliário e luminárias, todos mantêm lojas online no marketplace da Boobam. Aliás, vale conferir uma reportagem especial sobre eles neste link.

 

Processo criativo no T44 Studio

Com sede em Balneário Camboriú (SC), o T44 Studio é o conduzido pelos irmãos Dennys e Patrick Tormen, com formações em design e engenharia, respectivamente. “Nossos produtos combinam processos industriais e artesanais, e nascem com o propósito de melhorar a vida das pessoas, seja solucionando problemas, despertando emoções ou indicando novas formas de consumo e interação com os produtos”, detalha a apresentação do escritório.

 

Com sede em Balneário Camboriú (SC), o T44 Studio é o conduzido pelos irmãos Dennys e Patrick Tormen, com formações em design e engenharia, respectivamente

 

E como é a dinâmica de criação da dupla? Normalmente os projetos surgem de necessidades que identificamos no cotidiano das pessoas. Dentro do nosso processo de design, buscamos desenvolver produtos que atendam a estas demandas. Este processo é bem orgânico. Um produto surge de incontáveis conexões que fazemos, envolvendo reflexões sobre comportamento, testes práticos com materiais e todo tipo de conhecimentos que somamos no caminho”, explica Dennys Tormen, reforçando que diversos protótipos e modelos 3D são desenvolvidos nesse caminho.

“Buscamos escolher os produtos que se sobressaiam dentro da nossa visão de funcionalidade, estética e bom aproveitamento dos recursos”. No estúdio, os irmãos também fazem uma divisão natural das tarefas. Patrick é responsável pela produção e Dennys comanda a área de desenvolvimento e vendas.

Nas fotos abaixo, assinatura T44 nas peças produzidas, Luminário C30, Mesa de centro Plateau e Banquetas Zara.

 

Luminária C30 do t44 studio combina processos industriais e artesanais Peças do T44 Studio: Mesa de centro Plateau e Banqueta Zara

 

Formas e conceitos no Estúdio Rika

Formandos em Desenho Industrial, os designers Richard Nascimento e Kati Takahashi comandam o Estúdio Rika. A interação entre formas e materiais, que se cruzam entre processos técnico e artístico, ditam o trabalho da dupla. “Nosso processo criativo parte da nossa experiência diária. O objetivo é conseguir explorar o universo em que vivemos e extrair formas e conceitos”, explicam. A coleção ondulação, por exemplo, é inspirada no ambiente da água e nas formas de suas ondas.

E o duo completa: “Somamos a visão e o pensamento de cada um para aplicar no projeto. Ambos fazemos todas as funções, desde a criação até a peça final”. Outra característica do Estúdio Rika é que todos os produtos são feitos manualmente pelos próprios designers.

 

 

A construção de Carol Gay

Formada em Arquitetura e Urbanismo, e com inúmeras especializações que incluem design de interiores, cenografia, escultura e iluminação, Carol Gay mantém um charmoso ateliê na capital paulista, onde se divide entre projetos como designer e arquiteta.

Seu processo criativo e desenhos contam até hoje com a influência dos irmãos Fernando e Humberto Campana. Carol foi aluna deles durante o workshop ‘A Construção do Objeto’, realizado no MuBE e que teve duração de quase dois anos (1999 a 2000). “Nesse workshop refleti sobre várias questões além da estética, me aproximando do mundo do design, da sustentabilidade e encontrando meu caminho de expressão”, explica.

 

O processo criativo e desenhos de Carol Gay contam até hoje com a influência dos irmãos Fernando e Humberto Campana

 

O trabalho manual, a experimentação e a busca por novos materiais também estão presentes na produção da designer e são características essenciais das suas peças. “As memórias afetivas dos materiais, da minha infância e dia a dia, me levam a criar. Gosto de pesquisar novos materiais e transgredi-los de sua função original, propondo novos significados”, conta Carol Gay.

Filha de pais argentinos, a designer destaca ainda que a própria cidade de São Paulo, onde nasceu e mora, a instiga. “Estar nas ruas, presenciando a atitude das pessoas e a criatividade do povo brasileiro em encontrar soluções para suas necessidades me ajuda a refletir. As viagens pelo mundo, além de ser fonte de inspiração, também me ajudam a criar um distanciamento com minhas referências diretas e assim evoluir nas minhas ideias”.

Entre suas inspirações também estão nomes como Ingo Maurer, Cildo Meirelles, Lina Bo Bardi, Tony Cragg, entre outros profissionais. Recentemente, Carol também participou da Exposição Balanço no Museu da Casa Brasileira.

 

 

As referências de Gustavo Bittencourt

A qualidade da matéria-prima, o feito à mão, além da diversidade de madeiras, encaixes, materiais e texturas são os pontos que conduzem o trabalho do carioca Gustavo Bittencourt em seu próprio ateliê.

“Busco muitas referências na arquitetura, artes plásticas, na natureza e nos processos industriais, no artesanato e também em histórias e em culturas”, conta o designer. “Acredito que todos nós temos um olhar, um ponto de vista sobre o que olhamos, embora sejamos todos diferentes. E meus móveis são exatamente a minha interpretação sobre as formas, as misturas, como consigo me expressar, como transformo minhas referências, meus pontos de vista e no que acredito”, acrescenta.

 

A qualidade da matéria-prima, o feito à mão, além da diversidade de madeiras, encaixes, materiais e texturas são os pontos que conduzem o trabalho do carioca Gustavo Bittencourt

 

Filho de mãe arquiteta, com formação em Desenho Industrial e especialização pelo Politecnico di Torino, na Itália, Gustavo Bittencourt também já trabalhou com outros ícones do cenário nacional, como Zanini de Zanine, Marcelo Rosenbaum e Rodrigo Calixto. Devido a essa formação e experiências profissionais, Gustavo procura focar suas produções em móveis atemporais, capazes de criar uma relação diferente com as pessoas. “Gosto de peças que acabem fazendo parte da família e de suas histórias”. Abaixo, fotos da Cadeira Iaiá e Buffet ELLE.

 

Gustavo Bittencourt procura focar suas produções em móveis atemporais, capazes de criar uma relação diferente com as pessoas, como a Cadeira Iaiá

Gustavo Bittencourt também já trabalhou com outros ícones do cenário nacional, como Zanini de Zanine, Marcelo Rosenbaum e Rodrigo Calixto

Ainda no tocante ao processo criativo, Bittencourt ressalta que existem várias formas de desenvolvimento de um produto e que ele não se prende a uma metodologia única. “Da criação ao produto final, por vezes, as etapas se invertem. Em certos momentos eu crio uma forma, emprego um material, desenvolvo a ergonomia, adequando ao conceito e ao móvel. Mas, pode ser ao contrário também. Pode ser a forma ou as possibilidades do material, ou de um processo de produção, que vão dizer e guiar o que aquele produto vai se tornar”. Na foto, poltrona Nonô.

 

No tocante ao processo criativo, Gustavo Bittencourt ressalta que existem várias formas de desenvolvimento de um produto e que ele não se prende a uma metodologia única