Os espaços de trabalho vivem uma constante mutação. Isso não é segredo, mas a linha entre público e privado continua a desaparecer, sobretudo porque os smartphones são uma extensão dos escritórios e espaços físicos já não são necessários para o ritual do trabalho. As prioridades são bem-estar, agilidade e flexibilidade.
Com isso, as novas tipologias dos ambientes de trabalho estão cada vez mais personalizáveis, em espaços abertos e coloridos, com diferentes propostas de mobiliário. Esses, diga-se de passagem, cada vez mais equipados com tomadas elétricas e de carga, e oferecendo soluções de privacidade para o plano aberto e isolamento de som.
Essas são as tendências que dominaram a Orgatec 2018. A feira, totalmente dedicada ao design de escritórios, é realizada a cada dois anos em Colônia, na Alemanha. O evento deste ano ocorreu em outubro, tendo atraído mais de 60 mil visitantes de 142 países. Ainda segundo a organização, foram 750 marcas expositoras, com tecnologias e conceitos visionários para todo o mundo do trabalho. Confira alguns pontos determinantes para criar novos escritórios.
Design centrado nos indivíduos
Os escritórios de amanhã podem ser minimalistas ou luxuosamente decorados, neutros ou coloridos, mas todos priorizam o valor do indivíduo no local de trabalho. O foco agora está na capacidade de melhorar o espaço para todos. Aliás, a saúde mental dos colaboradores é uma das megatendências para ficar de olho. Não devemos simplesmente “tolerar” o espaço onde desempenhamos nossas tarefas. Veja também oito tendências para criar novos espaços de trabalho.
Revolução do bem-estar
Considerando que o trabalhador médio gastará dois terços de suas vidas no trabalho, não é demais pedir por um ambiente que ajude na sua saúde. E o design tem papel fundamental, podendo ser implementado de várias maneiras – desde sustentabilidade e biofilia até execuções mais simples, como cadeiras que incentivam o movimento. Lounges, áreas de descanso e outras áreas voltadas para o bem-estar também são cada vez mais importantes.
Flexível, mas com privacidade
Escritórios de plano aberto e os consequentes problemas de ruído e privacidade têm sido questionados pelas empresas há algum tempo. Isso também está relacionado a uma consciência crescente da necessidade de se concentrar. Afinal, o fato de criarmos mais interações não necessariamente melhora a comunicação, o desempenho e a colaboração. Mas como exatamente o design está respondendo? Essa edição da Orgatec mostra que houve uma explosão de produtos acústicos, sistemas de cápsulas e cabines de descanso. As soluções vão de objetos e elementos estofados a espaços para ligações telefônicas privadas e pequenas reuniões. Na verdade, espaços de coworking ou outras estruturas de escritórios abertas precisam desse equilíbrio. Tudo é direcionado para atender o trabalho criativo, sem qualquer interferência.
Sofás no centro das mudanças
Criar locais dinâmicos é essencial e essas adaptações devem acontecer rapidamente. “As regras de trabalho tradicionais estão desaparecendo e, como resultado, a mesa não é mais o centro do ambiente corporativo. O sofá tornou-se o novo escritório”. É o que defendem Edward Barber e Jay Osgerby, que apresentaram o conceito Shared Office com a Vitra. Nessa proposta, pequenas mesas e cadeiras avulsas são agrupadas ao redor de sofás moduláveis e confortáveis. O conceito modular permite que arquitetos estruturem espaços em escritórios, coworkings, cafés, lobby de hotéis e até restaurantes.
Equipes de trabalho
Nunca é demais lembrar que mesmo grandes empresas, como Apple e Google, onde a criatividade é estimulada, o sistema de trabalho ainda exige certas regras e um campo definido de trabalho. Contudo, é possível imaginar escritórios onde as pessoas não têm mais um lugar permanente. O que se busca é um trabalho “ágil”. Ou seja, uma nova abordagem para projetos em equipe, com trabalhos sendo realizados em curtos períodos de tempo, e por equipes multidisciplinares; ou mesmo com auxílio de consultores e freelancers.
Por isso, a necessidade de espaços de trabalhos flexíveis e que possam ser rapidamente reconfigurados para se ajustar aos membros de cada equipe ou projeto. Confira também o post com a pesquisa da rede social profissional LinkedIn e da WGSN, empresa de análises e previsão de tendências, sobre o “Futuro do Trabalho”. Inteligência emocional e as habilidades humanas – apesar de todo o contexto tecnológico – são competências desejadas.
Escritórios informais
Com a seleção criteriosa de materiais que os designers têm acesso, os locais de trabalho ganham contornos mais residenciais. Esse conceito não é novo – já falamos sobre ele nesse post –, mas é crescente a linha de mobiliário com superfícies suaves, formas mais orgânicas e cores amigáveis. Permanece a máxima de que um ambiente agradável garante mais eficiência, promove a criatividade e, ao mesmo tempo, a atratividade de uma empresa. “Forma segue emoção”, é uma das propostas ao desenhar novos móveis de escritório. Vale ressaltar, a mobília deve ser fácil de mover e, se possível, multifunção.