Diante de todos os impactos de uma vida cada vez mais conectada e urbana, cresce o desejo por uma alimentação mais saudável, por consumir de forma mais consciente e de se envolver com materiais naturais – e tudo isso está se estendendo para a casa e faz surgir a tendência do lar orgânico.
Essas observações, que integram o recente estudo da WGSN e reforçam a tendência de valorização e busca do bem-estar, apontam para a crescente busca e utilização de produtos naturais, que vão do revestimento dos pisos ao mobiliário, e estão cada vez mais à disposição dos consumidores. Com isso, cresce a possibilidade de um consumo sustentável e novas percepções de valor são criadas.
Lar orgânico
Para as próximas estações, o estudo da WGSN sugere a disposição dos consumidores em investir em produtos e materiais que sejam significativos e conscientes, descartando de vez as peças sintéticas. Além de valorizar e respeitar os recursos do planeta, a busca segue, também, em dar mais atenção a própria saúde. Isso significa que lentamente a sociedade está se desprendendo de qualquer tipo de componente que possa ser considerado nocivo.
Do uso de recursos naturais para o sono ao tingimento de tecidos com repolho vermelho ou curry amarelo, todos os aspectos do estilo de vida orgânico são cobertos para garantir uma experiência de 360 graus.
Branding
Marcas brincam com formas, paletas de cores e criam peças que se assemelhem de forma distinta à modernidade, mas que garantam em sua essência a segurança de não comprometer sua credencial ecológica.
O processo de fabricação consciente é um elemento importante para o consumidor orgânico. Seja de madeira entalhada à mão, cartazes impressos de forma analógica em papéis de manejo florestal, ou até mesmo o simples uso de tinta à base d’água.
Cozinhas e Salas de Jantar
Ainda segundo o relatório da consultoria WGSN, o tátil está em alta. O lar orgânico destaca utensílios artesanais que trazem calor e suavidade ao ambiente da cozinha, prezando pelo toque caseiro. A madeira é elemento-chave e pode ser usada em todas as suas formas e acabamentos, de produtos artesanais à diversas opções produzidas em larga escala, como as peças da Sainsbury.
Utensílios como os da Minor Goods, ajudam a aumentar a vida útil de alimentos orgânicos como cera de abelha, óleo de coco e óleo essencial de limão, todos emergentes do novo padrão de comportamento. Tramas de fibras, casca de coco e papel machê também surgem como alternativas viáveis.
Na foto acima, à esquerda, recipientes confeccionados manualmente em madeira de Cassia, árvore aromática de onde se produz a canela, da Nom Living. Na direita, utensílios da culinária japonesa confeccionados à mão, da Uguisu.
Abaixo, produção de travessas com papel machê a partir de plantas e papéis coletados e tingidos com folhas, flores e especiarias. A técnica de confecção foi apresenta recentemente pelo estúdio alemão Gutedor durante um workshop na Jordânia.
Materiais orgânicos e o mobiliário
A tendência do lar orgânico traz superfícies naturais que podem ser consideradas sustentáveis e renováveis, ao mesmo tempo que satisfazem as expectativas ecológicas dos consumidores atuais, trazendo tato e calor para o “novo” mobiliário.
Madeira bruta aparece em destaque junto a lã, que emerge no mobiliário em todas as suas formas. Seja feltrada, cozida ou amaciada, a lã pode ser utilizada nos assentos. Uma alternativa é o enrijecimento do material quando misturado à resinas naturais, para que o produto final seja utilizado como alternativa à fibra de vidro – considerada poluente.
A cortiça também continua sendo um material importante e se insere no mercado de móveis em série. Vale relembrar a recente coleção de mesas e bancos de cortiça, de Ilse Crawford, lançados pela sueca Ikea.