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A representação do varejo transcende o que constitui um ponto de venda e avança, mais do que nunca, em direção à experiência. Essa é uma das principais constatações da NRF 2019 – Retail’s Big Show, maior evento global de varejo e palco para conhecer tendências que estão transformando o segmento. A feira aconteceu de 13 a 15 de janeiro, em Nova York (EUA). Neste ano, contou com mais de 300 palestras e a participação de 700 marcas. Entre elas, Amazon, Alibaba, Macys, Target, Walmart e muitas outras startups.

Na verdade, está muito claro que a tecnologia e o digital funcionam como pilares fundamentais deste “Novo Varejo”. Uma das prioridades é atender o consumidor que deseja experiências de compras personalizadas. Porém, para ir ao encontro desse anseio dos clientes, as marcas precisarão avançar no trabalho com dados, conteúdos e formas de engajar.

Obviamente, o ponto de venda físico não acabou ou irá morrer, mas a transformação tecnológica pela qual passa o varejo é imensa. É consenso que muitos modelos de negócio não se adaptaram às novas exigências do consumidor. Também não conseguiram reagir na velocidade de seus novos competidores ou não desenvolveram um novo modelo de gestão.

Confira outras oito tendências que irão mudar os rumos do varejo mundialclique AQUI para ler.

 Para Jac Ma, CEO do Alibaba, o Novo Varejo não é somente O2O, mas a combinação de logística, sistema de pagamentos, blockchain e políticas

 

A transformação tecnológica do varejo

Em sua exposição na NRF, o CEO da Kroger, Rodney McMullen, falou sobre como a rede está usando diferentes tecnologias para alcançar objetivos diferentes. Conceitos como inteligência artificial, robótica, automação, reconhecimento facial e loja digital são alguns dos temas em estudo. Houve um investimento de US$ 1 bilhão no último ano em iniciativas digitais voltadas para o futuro do varejo.

Para McMullen, tudo o que importa é: “Como resolveremos problemas para os clientes”. Isso envolve estar pronto para atender um pick up in store (compra e retira na loja) ou entregar produtos com o delivery. Com sede em Cincinnati, a empresa é a maior operadora de supermercados tradicionais do país.

 

Rodney McMullen, CEO da Kroger: tudo o que importa no varejo é: “Como resolveremos problemas para os clientes"

 

O Walmart e o eBay também falaram em investir em logística para obter uma vantagem competitiva no mercado. No caso do Walmart, o investimento massivo em tecnologia está focado em automação de processos operacionais e logísticos, como as “Pickup Towers”. Nestas torres de coleta, os clientes podem pegar itens encomendados online.

Um funcionário da loja carrega o pedido na torre e envia uma notificação quando está pronto. Tudo o que o cliente precisa fazer é escanear um código de barras enviado ao smartphone e pegar o pedido. A operação deve levar menos de um minuto. As torres são parte da estratégia do Walmart de alavancar suas lojas físicas e levar conveniência aos clientes. Só em 2018, os investimentos da gigante do varejo em transformação digital somaram mais de US$ 11 bilhões.

O ecossistema de varejo da China

Aliás, há quem comece a olhar para os ecossistemas chineses, como os desenvolvidos pela gigante Alibaba. É que o varejo se acostumou a analisar o setor pela lógica e ótica americana. Contudo, para alguns analistas, os sistemas chineses são ágeis, estruturados, flexíveis e organizados para superar as tradicionais plataformas do ocidente. E o consumo de massa é um atrativo especial.

Segundo Jack Ma, CEO do Alibaba Group, o “Novo Varejo não é somente O2O (união dos ambientes online e físico). Mas a combinação perfeita de logística, sistema de pagamentos, blockchain e políticas”. Confuso? Nem tanto, se você estiver preparado para isso, diz Ma.

Estima-se, o segmento de varejo como um todo movimenta aproximadamente US$ 23 trilhões no mundo. Os dados foram apresentados pela National Retail Federation.

Para o empresário, o conceito de “New Retail” corresponde a digitalização do varejo com a integração entre canais online e offline, para entregar uma experiência de valor e personalizada. Com a tecnologia “Magic Mirror”, por exemplo, a rede permite que os consumidores experimentem virtualmente a maquiagem.

 

Com a tecnologia Magic Mirror, a rede Alibaba permite que os consumidores experimentem virtualmente a maquiagem

 

No vídeo, o Alibaba demonstra como a capacidade em capturar, processar e analisar dados transformou a empresa em uma plataforma de negócio. Na sua estratégia, o grupo integra e-commerces, marketplaces, meios de pagamento, logística, conteúdo e entretenimento. Tudo isso é suportado por uma forte base de infraestrutura e tecnologia.

O crescimento do e-commerce na China é o mais alto do mundo, mas o varejo físico ainda responde por mais de 80% das vendas. De qualquer forma, o Alibaba reúne uma base de mais de 500 mil clientes utilizando seu próprio aplicativo.

Logística e integração de sistemas

A JD.com, outro gigante do e-commerce chinês, mostrou como uma estratégia de distribuição automatizada e diversidade é crucial para vencer. Principalmente, em um mercado de grandes proporções – geográficas e econômicas. A empresa processa cerca de 200 mil pedidos por dia e aproveitou sua logística para atuar em uma área crítica no país: a saúde. Com um sistema de entregas por drones, leva medicamentos a pessoas que moram em comunidades afastadas dos centros urbanos.