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Uma nova geração de mobiliário tem sido apresentada em feiras internacionais, festivais e mostras de design ou mesmo em iniciativas de financiamento coletivo (crowdfunding) para despertar a atenção (e consumo!) de pessoas interessadas em tirar um determinado projeto do papel. Esses móveis conectados oferecem conforto, multifunções, são customizáveis e estão associados à tecnologia e até apelos emocionais.

É claro que nem todos os projetos encontram um “público de massa” (interesse da indústria), mas também é verdade que a relação de consumo e com os produtos, independente do segmento, mudou. E isso precisa ser levado em conta por designers e fabricantes de mobiliário na hora de encontrar o seu nicho de atuação – alguns ainda em descoberta.

Uma das tecnologias emergentes e que vem ganhando destaque são as cozinhas inteligentes, com móveis conectados. Essa tendência já presente em feiras como IMM Cologne e Eurocucina / Salão Internacional do Móvel de Milão, na Itália, vem crescendo com aplicativos que fornecem suporte para a experiência de cozinhar.

Mas outro desenvolvimento tecnológico presente é a integração de funções elétricas sob as superfícies da cozinha. Placas, interruptores de alimentação e carregadores de telefone estão perfeitamente escondidos sob a bancada, de modo que eles são 100% invisíveis quando não estão em uso.

 

A cozinha Tuler esconde 4 placas de indução, balanças de cozinha, interruptor que aciona o aparecimento de uma pia e execução da água, e uma área de carregamento sem fio para celular ou tablet

 

Uma das recentes criações nessa linha de atuação é do estúdio de design italiano Tipic, que desenvolveu uma bancada de cozinha para a Offmat, laboratório criativo de Marmo Arredo, com uma série de tecnologias integradas na bancada de pedra de quartzo.

A cozinha Tuler esconde quatro placas de indução, balanças de cozinha que se acendem para medir o peso de ingredientes, um interruptor que aciona o aparecimento de uma pia e execução da água – onde gestos podem controlar a temperatura e o fluxo da água –, e uma área de carregamento sem fio para celular ou tablet.

 

Apoiada sobre dois cavaletes e uma coluna padrão, Tuler apresenta formas elegantes ao explorar as propriedades da rocha e refletindo um novo conceito de ambiente multifuncional

 

Apoiada sobre dois cavaletes e uma coluna padrão (que abriga o fluxo de água corrente, tubulações, fiação elétrica e possíveis canais de ar), Tuler apresenta formas elegantes ao explorar as propriedades da rocha e refletindo um novo conceito de ambiente multifuncional para cozinhas em ilha. A coleção é completada por um armário de parede.

Segundo o comunicado do escritório de design Tipic, a cozinha combina excelência industrial, inovação e design contemporâneo em uma nova filosofia de design e fabricação. “Tuler explora infinitas possibilidades dos materiais e propõe soluções para o mercado.”

Móveis conectados - O estúdio de design Tipic criou uma bancada de cozinha para a Offmat, laboratório criativo de Marmo Arredo

O mais interessante é que o escritório começou a trabalhar com a Offmat para desenvolver novos aplicações para o quartzo, ao invés de apenas tentar reproduzir a pedra natural no mobiliário. A cozinha é um desenvolvimento desta pesquisa e o objetivo é que as primeiras peças comerciais estejam disponíveis para venda antes do final de 2016.

 

A coleção é completada por um armário de parede.

 

Móveis conectados

A Ikea também vem apostando nessa linha de mobiliário que integra design, inovação e tecnologia. O estudo dos alunos Sergey Komardenkov e Vihanga Gore no laboratório de inovação da marca – Space 10 –, situado em Copenhague (Dinamarca), deu origem a um mobiliário que extrai o calor de alimentos e objetos para carregar aparelhos eletrônicos.

 

A Ikea também vem apostando nessa linha de mobiliário que integra design, inovação e tecnologia

 

De acordo com a descrição do projeto da dupla, um laptop normal consome cerca de 40 watts de eletricidade e emite a mesma quantidade de calor durante a operação. Usando um pequeno gerador e os princípios da termoeletricidade (transformação direta de energia térmica em elétrica), os alunos conseguiram “colher” esse calor e transformá-lo em eletricidade.

A ideia é reverter o calor desperdiçado em torno da casa em eletricidade “verde”. E os recentes desenvolvimentos em nanotecnologia irão tornar esses semicondutores cada vez mais acessíveis e eficientes. O próprio Google, por meio da Alphabet Energia, já trabalha em versões de baixo custo dessa tecnologia.

De qualquer forma, a IKEA já oferece dispositivos de carregamento sem fio em suas lojas, o que permite converter qualquer mobiliário em estações de carregamento. A novidade pode ser utilizada como esteira de carregamento ou instalada em qualquer mesa, painel ou luminária.

 

A IKEA já oferece dispositivos de carregamento sem fio em suas lojas, o que permite converter qualquer mobiliário em estações de carregamento

 

Concurso Design Masisa

Neste contexto, vale lembrar do Concurso de Design da Masisa 2016, que pede o desenvolvimento de um mobiliário que se adapte às tecnologias digitais que são parte do nosso dia a dia. O desafio de produzir móveis conectados é para estudantes que se formam em design, arquitetura e assuntos afins, e todos os detalhes estão nesta reportagem do Habitus Brasil. As inscrições podem ser feitas até 29 de julho.

Móveis conectados - A Ikea também vem apostando nessa linha de mobiliário que integra design, inovação e tecnologia