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Como será o morar em 2020? Diversos institutos de pesquisas e profissionais têm se esforçado para mostrar as tendências e os caminhos que a indústria moveleira deve ou pode seguir nos próximos anos. Para isso, encontramos referências em feiras nacionais e internacionais, além de pesquisas e materiais de inteligência elaborados para antecipar os rumos do morar.

Em 2010, a organização da mostra de decoração CASA COR realizou uma pesquisa com seus visitantes e questionava como seria ‘morar em 2020’. Na época, as principais aspirações eram a automatização de produtos e móveis, com a tecnologia a favor da funcionalidade. A praticidade era outro item primordial para o futuro. “Isso significa ter uma casa completa, compacta, de acordo com as necessidades do morador. A eliminação do supérfluo é uma vontade predominante, especialmente para os jovens”, apontou a pesquisa. Na lista de desejos também estavam construções ecológicas, produtos com baixo consumo energético, presença da natureza, por meio de jardins internos e verticais, e adequação térmica e acústica.

E hoje? O que imaginam os profissionais brasileiros para o morar em 2020? Procuramos alguns destacados representantes do design nacional, que nos contaram como e em que eles estão trabalhando para atender às necessidades que virão.

 

Morar em 2020… design, produção e materiais

 

Eduardo Baroni

“Não creio que haverá grandes mudanças em relação a materiais e acabamentos. O que vejo é a produção de pequenos produtores e artesãos ganhar cada vez mais espaço. Há cada vez mais designers fazendo seus próprios produtos e vendendo direto ao consumidor. Creio que essa é a maior tendência para os próximos anos.

Foto de perfil do designer Eduardo Baroni

Isso é uma mudança de paradigma, já que por muitos anos os designers dependeram dos lojistas, que muitas vezes, tentavam sempre ditar suas tendências e aumentar mais e mais sua margem de lucro, tornando os produtos de design inacessíveis e pasteurizados. Acredito que esse processo será muito benéfico, pois além de reduzir o preço para o consumidor, aumentará a oferta de peças diferenciadas, feitas com maior qualidade e desenhadas com mais liberdade.”

Poltrona Galante desenhada por Eduardo Baroni
Poltrona Galante

Perfil profissional | www.eduardobaroni.com 

Carioca, Baroni é formado em Desenho Industrial e em 2002 começou a projetar peças de mobiliário e decoração, mas foram suas cadeiras que projetaram os holofotes sobre seu trabalho. Simplicidade, leveza, baixo custo e inovação marcam seus produtos que surpreendem pela inventividade.

 

 

 

 

Ines Schertel

Designer Ines Schertel

“Acredito que os materiais tenderão para os crus, naturais e renováveis, enaltecendo sempre o que cada um deles traz de história junto com sua existência e aplicação. Neste sentido, o design deve seguir uma linha confortável, minimalista, com aquela pureza insinuante de descobertas feitas ao acaso e repletas de storytelling (história).”

Banco Araucária, Luminária e Banco Amedusa criados por Ines Schertel
Banco Araucária, Luminária e Banco Amedusa criados por Ines Schertel

Perfil profissional | www.inesschertel.com.br | 

Gaúcha, de Porto Alegre, a arquiteta passou boa parte da vida em São Paulo, antes de se mudar para uma fazenda em São Francisco de Paula (RS), onde cria ovelhas, que lhe fornecem lã para a confecção de suas peças em feltro rústico. Ines é adepta do slow design, proposta que valoriza o bem-estar individual e global, incentivando o design com foco na sustentabilidade e estimulando consumidores a serem indivíduos conscientes e críticos nas suas escolhas.

 

 

Rejane Carvalho LeiteArquiteta Rejane Carvalho Leite

“Quando se fala em tendência temos que levar em consideração o quadro atual em que vivemos. Então, cientes dos problemas que envolvem a humanidade, minha reflexão é que o morar 2020, refletirá este momento. Ou seja, tudo deverá ser produzido de forma consciente e coerente, com técnicas e materiais cuja fabricação tenha o menor impacto ecológico possível. Materiais de reciclagem industrial, madeiras de reflorestamento e assim por diante”.

“O design é projeto. Ele primeiro deve suprir uma necessidade, depois ele tem que encantar, seja por uma memória afetiva, seja por suas soluções técnicas ou ainda pelo seu grau de inovação.”

Perfil profissional | www.carvalholeite.com.br | 

Arquiteta, seu processo criativo demonstra preocupação com uso consciente de materiais e com a produtividade. Madeira, metal, acrílico, fibra, alumínio, couro, tecido e papelão estão na lista de matérias-primas utilizadas na produção de novas peças. 

 

Poltrona Moliçosa, de Rejane Carvalho Leite
Poltrona Moliçosa

 

Ronald Sasson

“Na minha produção procuro seguir minha intuição muito mais do que qualquer indicação estética apontada pelo mercado. Mas acredito que estarão em voga materiais nobres, como madeira maciça, couro, latão e mármore.”

“O design deverá seguir o caminho da simplicidade e da verdade. Vemos tantas expressões nessa área que não é possível determinar uma regra fixa na concepção do produto. Temos o design italiano na linha ‘mais é mais’, os designers que abusam do detalhamento e da estamparia, e os profissionais japoneses completamente minimalistas; e todos com sucesso nas técnicas escolhidas.”

Designer Ronald Sasson

Perfil profissional | www.estudioronaldsasson.com.br |

O curitibano Ronald Sasson escolheu Gramado (RS) para morar e estruturar seu ateliê de produção. Começou como artista plástico e se apaixonou pelo design de mobiliário, com o qual tem conquistado diversos prêmios nacionais e internacionais. Nas fotos, destaque para a Escrivaninha São Basílio e para a Poltrona De Beers – fabricada com Jequitibá maciço, couro natural e latão.

 

Escrivaninha São Basílio, de Ronald Sasson
Escrivaninha São Basílio
Poltrona De Beers, do designer Ronald Sasson
Poltrona De Beers

 

E para você, quais devem ser as tendências, estilos, tipo de produção e materiais que estarão em alta para o morar em 2020? Compartilhe sua opinião conosco!