De cabines de trabalho a espaços compartilhados em plano aberto, o escritório é uma área em constante evolução. Já não é um conceito de tamanho único e mesas permanentes. Além disso, as novas tecnologias e necessidade de manter colaboradores saudáveis e felizes impacta cada vez mais na concepção dos ambientes. Diante desse cenário, a Herman Miller criou um movimento de “vigilância tecnológica” do escritório. Todo o trabalho é feito com o auxílio de sensores conectados aos móveis, com os dados enviados para um software chamado Live OS.
O sistema, conectado à nuvem, registra e coleta dados sobre a maneira como mesas e áreas do escritório estão sendo usadas por funcionários. Essa inteligência permite criar áreas de trabalho personalizadas, lembrando a altura preferida da mesa, além de oferecer dados para que as empresas redesenhem seus escritórios. Sempre de acordo com as necessidades da equipe e buscando melhores índices de desempenho.
Segundo a Herman Miller, o software Live Os pode ser encarado como um monitor fitness para o escritório. Afinal, ele pode rastrear o tempo sentado à mesa e encorajar o usuário a se levantar, regular sua estação de trabalho ou mesmo mudar sua postura. O trabalho foi coordenado pelo designer Yves Béhar, um dos mais aclamados eco-designers do mundo.
Live OS – móveis sugerem movimentação
Para os coworkings, startups ou companhias que não atribuem a cada trabalhador uma mesa pessoal, os dados gerados podem ser estratégicos. Em um painel integrado, Live OS pode exibir quanto tempo as pessoas estão ficando em suas mesas, se eles estão se levantando e se movendo pelo escritório, ou apenas quais estações estão em uso no momento. Ou ainda, em que momento do dia o escritório está mais cheio.
“Dashboards oferecem insights que ajudam a controlar os custos operacionais, melhorar a utilização do espaço e promover o bem-estar dos funcionários”, sugere a Herman Miller.
Em mesas de altura fixa, o Live OS apenas rastreia quando as pessoas estão presentes. Nas mesas com regulagem, o sistema atua como uma “mobília fit”. Desta maneira, as pessoas definem preferências para altura da mesa, postura e metas de atividade / intervalo. Os alertas são sinalizados com uma vibração suave nos móveis ou via app.
Para aqueles que não estão acostumados a mover-se enquanto trabalham, o aplicativo avança de forma gradual, estabelecendo metas de atividade ao longo de um período dividido em semanas.
“Live Os trabalha para ativar nossas necessidades de bem-estar, incentivando as pessoas a se sentarem e a ocupar posições benéficas, além de atingir objetivos de atividade. Isso ajuda a criar um ambiente de trabalho mais saudável”, justifica a companhia.
Ainda segundo pesquisas encaminhadas pela Herman Miller, esse aumento do nível de atividade encoraja as pessoas a serem mais produtivas, eficientes e comprometidas. A tecnologia, por hora, está disponível apenas para o mercado americano. No Brasil, a empresa anunciou presença na feira High Design Expo, em São Paulo.
Live OS é o novo software de Herman Miller que usa sensores embutidos em mesas e outros móveis de escritório
Linha do tempo e evolução no escritório
Segundo a Herman Miller, é fácil estabelecer uma linha do tempo para os escritórios. Nos anos 60, havia um escritório principal e filas de mesas. Então, nos anos 80 surgiram as estações de trabalho padronizadas. Já no final dos anos 90 e início dos anos 2000 surgiu o escritório aberto. Veja alguns insights sobre o tema na última edição da feira Orgatec.
Mas como descobrir do que as pessoas precisam? Segundo o centro de pesquisa e observação da empresa norte-americana, chamado Living Office, existem seis necessidades humanas fundamentais em todas as pessoas e empresas. São elas: conquista, autonomia, pertencimento, status, objetivo e segurança.
As necessidades humanas fundamentais são a base de referência, mas o Living Office também leva em conta o objetivo, a natureza e as atividades que são específicas para cada pessoa e empresa. É aí que entram a flexibilidade e a variedade proposital (propósitos). Através desse sistema que sintetiza a situação inteira com os detalhes, a Herman Miller acredita ser capaz de abordar esses hábitos individuais e de difícil captura em seus novos desenvolvimentos.
Para ilustrar o ponto da variedade proposital, os técnicos da fabricante mencionam o poder da biodiversidade, no qual cada planta e animal desempenha um papel específico em um ecossistema mais amplo. Em outras palavras, uma empresa inovadora precisa tanto de pessoas que se esforçam durante sete horas, em um trabalho que exige concentração, quanto aquelas que não aguentam o silêncio, além de todas as pessoas que se enquadram no meio-termo desse espectro. “Por isso, é necessário um design que seja flexível e suficientemente variável para se adequar a todos”.