Móveis clássicos vestidos com novas leituras, mobiliário feito a partir de organismos vivos, a valorização do feito à mão, minimalismo em contraste com o maximalismo. Esses são alguns dos destaques que a International Contemporary Furniture Fair (ICFF) revela para o setor moveleiro e o design de interiores.
As peças apresentadas no evento figuram em diversos segmentos, como mobiliário, iluminação, carpetes, pisos, tecidos, revestimentos de parede, acessórios, cozinha e banheiros.
Considerada a design week americana, a ICFF é realizada em Nova Iorque há 28 anos e atraiu 717 expositores de 30 países entre 14 a 17 de maio, incluindo estúdios e profissionais do Brasil. Neste ano, o evento também reuniu cerca de 35 mil arquitetos, designers de interiores, desenvolvedores, fabricantes e representantes de empresas internacionais, segundo os organizadores, que já definiram a data da edição de 2017: 21 a 24 de maio.
Outro anúncio da organização diz respeito à realização da primeira edição da ICFF em Miami, ainda esse ano, nos dias 5 e 6 de outubro, no Centro de Convenções Miami Beach.
Highlights da ICFF
Naturais e biodegradáveis
A sustentabilidade esteve em voga nessa edição da feira. Destaque para o estúdio Terreform One, empresa de Nova Iorque (EUA), que expôs o projeto ‘Mushroom’ – peças de mobiliário feitas com tecnologia de biodesign, tendo cogumelos como matéria-prima. A cadeira foi cultivada em sete dias a partir de cepas de fungos e no final de sua vida útil pode ser reintroduzida no meio ambiente por ser naturalmente biodegradável.
A estrutura dos móveis é de micélio, um corpo vegetativo de fungos, além de aparas de madeira, gesso e farelo de aveia, que serve para nutrir o fungo. Com o biodesign, a empresa pretende atender a clientes em busca de alternativas mais ‘verdes’ e estimular a sustentabilidade no mercado de móveis também.
A questão da sustentabilidade também esteve presente em revestimentos. Uma das empresas que apostou nisso foi o Estúdio Juju Papers, de Oregon (EUA), que apresentou uma série de papéis de parede artesanais projetados pelo artista Carson Ellis. Todos os revestimentos, segundo a companhia, são fabricados a partir de papel de celulose de forma responsável, utilizando fibra certificada; e cada rolo é impresso à mão em pequenos lotes com tinta à base de água.
Maximalismo
O designer Maki Yamamoto em parceria com a Five Finger Furnishings, de Nova Iorque, Estados Unidos, lançou a Coleção Gendo. Destaque para o fato de o tecido e as costuras serem feitas à mão. Segundo o designer, a estrutura das peças é simples justamente para destacar o tecido feito artesanalmente como uma ‘colagem’. Gendo, em japonês, tem uma conotação que remete ao movimento.
O sofá Saidai (acima) inclui uma variedade de técnicas, como pregas e costuras, unidos ao têxtil contemporâneo e o visual artesanal. Já a cadeia Yura Yura mostra todo o movimento da Coleção Gendo, com elementos de seda dispostos de forma orgânica e rodeados por nós decorativos.
Vintage
Recentemente falamos no Habitus Brasil sobre o Console Stereo Modern HiFi, projetado pela empresa americana Department Chicago e a tendência da volta do mobiliário para abrigar aparelhos e discos de vinil. Essa proposição também esteve presente na ICFF, com a produção da nova iorquina Wax Rax. A linha conta com racks, prateleiras e consoles em alumínio, latão e aço para guardar vinis, resultando em um estilo que une o clássico e o contemporâneo.
O clássico sempre retorna
Na ICFF alguns clássicos foram relançados com novas leituras. A cadeira Oxford™, da Republic of Fritz Hansen, é um exemplo. Desenhada pelo arquiteto dinamarquês Arne Jacobsen em 1965, a cadeira nunca saiu de moda. Na feira, foi apresentada em duas versões: Classic e Premium.
Outra marca que apostou nessa estratégia foi a também dinamarquesa Mater. Em sua coleção, a empresa homenageia os designers Ejvind A. Johansson e Jorgen Baekmark com o reedição das cadeiras J67, J80 e J81, projetadas na década de 50.
Tendências para banheiros
Móveis e acessórios para banheiros também têm seu espaço na ICFF. A americana Hastings Tile & Bath apresentou além de banheiras e metais, a nova coleção de móveis, com os modelos Hastings Dress, de linhas simples e retas, mas com unidades de armazenamento personalizáveis; e o Hito Vanities, oferecendo estilo contemporâneo limpo a preços acessíveis.
Já a Decote, de Paris (França), apresentou os modelos Jolie Môme, uma unidade compacta e funcional com acabamento de laca e lavatório de cerâmica, e Excellence, em uma proposta minimalista inspirada em múltiplos conceitos, como art nouveau e origami.
A Stone Forest® apostou em materiais ligados à natureza e no conceito mais industrial. A banheira Papillon, por exemplo, é esculpida a partir de um único bloco de granito, valorizando a pedra cinza esfumaçada e os veios naturais; e o Pedestal Industrial incorpora o chão de fábrica, com uma perna de ferro fundido com engrenagens de ajuste fino, que suporta bacias artesanais em pedra ou metal.
De Milwaukee (EUA), a Graff expôs sua linha de produtos para banheiro e a premiada coleção Dressage, onde a pia do banheiro torna-se uma peça independente de mobiliário, com madeira maciça e Corian® DuPont™. Bastante singular, a peça lembra um cavalete, que abriga uma pia quadrado, uma prateleira com gancho de toalha, espelho ajustável e uma gaveta de armazenamento. Todo o encanamento fica escondido e a banheira completa a linha da empresa.
Iluminação
Muitas outras peças chamaram a atenção durante a feira norte-americana ICFF. O NI Parasol, por exemplo, lançado pela canadense Slik Outdoor Living, une o guarda-sol a um projeto de iluminação – criando um ponto de luz no ambiente externo onde é inserido.
Já o minimalismo da The Good Flock, luminária da Aurora Lamp, chama atenção pela simplicidade e técnica artesanal de produção. Trata-se de uma peça feita por artesãos e que pode ser pendurada com um único parafuso.
Também no campo da iluminação, o pingente Laurent é uma das apostas do estúdio canadense Lambert & Fils. A dupla de esferas pode ser adaptada a uma série de placas de bronze, criando opções de personalização e diferentes campos de luz.
Mais destaques da ICFF
Que tal uma cadeira para crianças que possa ser pendurada e virar um nicho de armazenamento? Essa é a proposta da My Little Chair, da designer chinesa Yudan (Danielle) Chen. Projetada para promover essa interação, a peça também pode se unida a outras cadeiras para formar um banco.
O colorido da Coleção Agatha, da francesa Sifas, também não passa despercebido. Pensada para o ambiente externo, tem design feminino e cheio de vida, como define a empresa. A cadeira, aliás, é uma homenagem à estilista Agatha Ruiz de la Prada.