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No relatório “Como os mercados consumidores evoluirão após o coronavírus”, a consultoria Euromonitor aborda seis tendências que transformarão o consumo no mundo.

Empresas com propósito, inovadoras e mais dedicadas ao online. O coronavírus impactou totalmente todos os mercados e setores econômicos do mundo, transformando os hábitos de compra e o relacionamento dos clientes com as marcas. Embora alguns desses novos costumes desapareçam à medida em que são eliminadas as barreiras de isolamento social, outros devem mudar as regras do comércio no que foi chamado de “novo normal”. Essas mudanças são transversais a todos os setores, aponta a Euromonitor.

A consultoria estima que o consumo per capita mundial cairá 5,2% em 2020 e a recuperação dos níveis de 2019 só deve ocorrer daqui a dois anos. “Essa contração nos gastos impactará claramente o desempenho dos mercados, com os consumidores reavaliando suas prioridades, como fizeram no pós-crise financeira de 2008”.

 

 

1.  Da sustentabilidade ao objetivo

A primeira chave é a sustentabilidade, que nos últimos anos ganhou ainda mais importância. A Euromonitor ressalta que esse conceito vai além da inclusão de credenciais éticas e preocupações ambientais, como poluição plástica e mudança climática. Essa abordagem parte para um conceito mais holístico, que visa criar políticas sociais, ambientais e valor econômico. No caso da moda, a consultoria ressalta que as marcas estão buscando vincular valores éticos ao seu posicionamento. Nesse sentido, o relatório propõe que as empresas invistam na produção local e sejam transparentes.

 

2.  Habitação, o centro de tudo

Moradia, escritório, academia e sala de recreação. O isolamento social obrigou grande parte da população mundial a transformar as casas em espaços multidisciplinares, onde o descanso, o lazer e o trabalho estão concentrados e transformaram as rotinas diárias dos consumidores. O estudo sugere que essa mudança pode ser um gatilho para a implementação da realidade virtual e aumentada que, segundo a Euromonitor, “transformará o comércio online, colocando o consumidor em condições muito próximas à loja física”.

Os consumidores redefinem e adaptam suas rotinas diárias à medida em que ficam por mais tempo em casa, o que reforça outras tendências pré-COVID-19. Isso inclui entretenimento doméstico e experiências digitais, ampliando oportunidades estratégicas em produtos e serviços.

 

O isolamento social obrigou grande parte da população mundial a transformar as casas em espaços multidisciplinares

 

 

3. Boom online

O terceiro ponto que a Euromonitor destaca é que o fechamento de lojas em todo o mundo fez com que o comércio online aumentasse em todos os segmentos de consumo. Essa situação levou empresas a acelerar sua transformação digital e a eliminar os pontos que causam atrito ao consumidor na transação online. Além disso, as empresas conquistaram um novo consumidor digital: idosos, que em muitos casos experimentaram o comércio eletrônico pela primeira vez durante o confinamento. A Covid-19 acelerou não apenas a adoção do comércio eletrônico, mas também as operações de comprar e coletar, compras sem atrito e operações diretas ao consumidor (D2C).

 

4. Interesse no bem-estar

A quarta chave para mudar o comportamento do consumidor é um aumento do interesse no bem-estar mental e emocional. “A noção de felicidade se torna uma perspectiva comercial mais tangível”, diz a pesquisa da Euromonitor. Essa tendência beneficia marcas especializadas em cosméticos e bem-estar. “Os conceitos de saúde, juntamente com os que abordam preocupações relacionadas ao sono, estresse e ansiedade, são os principais beneficiários”.

 

 

Vale ressaltar, que o coronavírus não é a única influência que causa angústia mental às pessoas. Mesmo antes de desencadear essa crise global de saúde pública e um medo crescente de crise econômica, as pessoas já enfrentavam desigualdades, concorrência social sempre ativa, crises climáticas, políticas e muito mais. Portanto, qualquer organização ou marca que possa ajudar a melhorar o bem-estar mental das pessoas será recebida de braços abertos.

 

 

5. Compromisso com a inovação

Como quinta chave, o relatório aponta para a inovação, principalmente àquelas relacionadas a melhora da imunidade e saúde. O medo da recessão e os duros impactos sobre as empresas também deixaram varejistas e consumidores avessos ao risco. Nesse contexto, as marcas que ousarem inovar serão as vencedoras nesta nova etapa, sugere a Euromonitor. No setor de decoração, moda e beleza, o estudo indica que serviços como consultorias digitais ou conteúdo DIY (faça você mesmo) terão boa aceitação. Juntamente com a inovação, o relatório recomenda diminuir a oferta para se concentrar na categoria principal e mais eficiente de cada empresa, pois o apetite pela experimentação diminui.

O estudo indica também que a inovação no curto e médio prazo se concentra na agilidade em alcançar o consumidor e na comunicação mais eficiente. O conceito de valor do dinheiro também ganha relevância. Logo, estratégias de longo prazo provavelmente combinarão uma mistura de qualidade premium e uma abordagem de valor bem comunicada.

 

6. O novo normal

Paralelamente às mudanças na demanda do consumidor, o comércio também mudou. As medidas de distanciamento social forçarão um aumento nas compras sem contato, no comércio local ou remoto, com máscaras, gel desinfetante e outras medidas de segurança. Isso, por sua vez, altera a mentalidade do cliente, o que poderá levar à redução do consumo de itens não essenciais e concentração em itens menos ostensivos, vinculados à saúde pessoal e familiar.