Cerâmica, pedra e madeira natural. Até bem pouco tempo atrás, esses eram os tradicionais materiais para revestir qualquer superfície ou compor projetos de decoração. Mas com a entrada de painéis de madeira reconstituída no mercado, primeiro com o MDF e depois com o MDP, amplamente utilizados pelas indústrias moveleiras e de construção civil, um novo revestimento ganhou força: os papéis decorativos.
Fabricantes de móveis em série, marceneiros e arquitetos aproveitam que os tempos mudaram e usufruem das inúmeras possibilidades ofertadas pelos painéis de madeira revestidos com papéis decorativos. Também conhecidos como painéis revestidos, em BP ou FF. Essa tecnologia de impressão se aplica à produção de móveis, pisos e portas, que ganharam superfícies e acabamentos diversos.
E se antes esses painéis revestidos eram vistos como “imitações”, hoje, são tratados como produtos originais e necessários para compor projetos de interiores e fabricação de mobiliário.
“Esse decor desempenha um papel cada vez mais importante na composição de ambientes. Eles podem ser encontrados em diferentes tipos de móveis, pisos e portas, com diferentes desenhos e padrões de superfícies. Há opções em madeiras, pedras, fantasia, tecidos e metais, ou grafismos e cores sólidas”, explica Elisa Toazza, responsável pelas áreas de Design, Marketing e Comunicação Corporativa da unidade brasileira da Schattdecor.
A companhia, de origem alemã, é especialista em superfícies e impressão de papéis decorativos. No Brasil, a empresa também está comemorando 10 anos de operação da sua unidade fabril, em São José dos Pinhais (PR).
COMO NASCE UM DECOR?
Acompanhe como funciona o processo de criação dos papéis decorativos da Schattdecor em 5 etapas.
ESTRUTURA DOS REVESTIMENTOS
Explicado o processo de fabricação dos papéis decorativos, também é importante conhecer de que forma ele será apresentado no mercado: BP (Baixa Pressão), FF (Finish Foil) ou AP (Alta Pressão).
Os papéis utilizados nos processos são muito similares entre si podendo variar entre papel decorativo, papel decorativo impregnado ou Finish Foil. A principal diferença está na maneira como ele será aplicado no substrato (MDF, MDP, HDF, entre outros), que pode exigir filme melamínico, banho melamínico ou cola. Todos tem por objetivo “decorar” o móvel e/ou piso, com cores e padrões diversos, reproduzindo fielmente desenhos de madeiras, pedras e fantasias.
Desenvolvimento dos papéis decorativos
Engana-se quem acha que esse revestimento é um simples papel impregnado sobre painéis de madeira. Há toda uma seleção de materiais e estudos que servem como base para o desenvolvimento de cada decor (desenhos e padrões). Esse processo leva ainda em consideração uma extensa e cuidadosa pesquisa. Com isso, o trabalho também busca interpretar as mudanças no estilo de vida das pessoas, as necessidades e os novos conceitos em mobiliário e piso laminado.
“Este trabalho envolve uma grande equipe de designers, que acompanha constantemente as demandas do mercado e busca novas tendências e conceitos através de estudos e visitas a feiras de todo o mundo”, detalha Elisa. A profissional acrescenta que como resultado desse desenvolvimento, a Schattdecor lança a cada dois anos na Interzum – principal feira do setor moveleiro para matérias-primas, ferragens e acessórios –, sua coleção de decors (Trendbook), que procuram traduzir essas mudanças nas residências, design, materiais e cores.
Divididos em temas – Casual Black, Freestyle Clarity e Cultural Spirit –, essa seleção de decors reflete quais estampas, padrões e texturas melhor se adaptam aos consumidores brasileiros. O mesmo vale para outros países da América Latina, Europa e do restante do mundo.
“Hoje, a maneira com que as pessoas decoram as suas casas reflete o seu tipo de personalidade e interesses. Não existe mais uma padronização e os papéis decorativos adicionaram um toque especial ao mobiliário e aos ambientes. Basta lembrar, há diversas texturas e acabamentos presentes nas chapas de madeira”, conclui Elisa Toazza.