Espaços de coworking, Airbnb, Uber pool, BlaBla Car e Shared Table. A ideia de compartilhar tem ido muito além dos espaços públicos, serviços e áreas de lazer. As constantes mudanças sociais, culturais e econômicas vêm impactando também a forma como vivenciamos nossas casas. Hoje, elas são habitadas por pessoas com laços sanguíneos ou amorosos, mas também por quem divide estilos de vida em comum. Por isso, o conceito de Community Zone – uma forma de viver em comunidade –, é apontada como uma das novas tendências para recriar e pensar móveis e interiores.
Apesar de não pertencerem à mesma família ou faixa etária, essas pessoas compartilham das mesmas ideologias, necessidades e interesses. Um exemplo interessante dessa nova construção familiar foi apontado pelo Living Scapes – estudo conduzido pelo Salão do Móvel de Milão. São as chamadas “framilies”, junção das palavras inglesas “friends” (amigos) e “family” (família). São “famílias por opção”, que se escolhem, convivem e planejam em coletivo a “comunidade residencial” em que querem viver.
Você pode estar se perguntando: Qual a diferença entre a Community Zone e as tradicionais repúblicas estudantis? O conceito não é novo, mas as formas contemporâneas de interação, sim. Mais do que coexistir em um mesmo espaço, todo o coletivo colabora para um viver mais sustentável. Vão-se os muros e emergem micro creches para as crianças, hortas, cozinhas coletivas, piscinas, carros e serviços compartilhados até à economia colaborativa. Tudo no mesmo espaço residencial!
Segundo o Living Scapes, existe um fator comum para essas “tribos”. Há um desejo generalizado por uma nova visão socioambiental e a necessidade de sentirem-se parte de um grupo. Isso abre espaço para que os indivíduos se desenvolvam individualmente, mas dentro de um ambiente coletivo de respeito e apoio mútuo. Logo, esses fatores impactam diretamente a forma de se pensar na arquitetura e no design de interiores.
Community Zone
Vida saudável e multifunções são características presentes
Muitas são as manifestações sociais que colaboram para a vazão do conceito de Community Zone. Especialista em superfícies, a Schattdecor levantou algumas dessas questões decisivas em seu TrendBook 2018. Veja detalhes sobre essa e outras tendências apontadas para o setor moveleiro e de arquitetura.
No seu estudo, a empresa aponta comportamentos que devem ser avaliados. Entres eles, o aumento no número de pessoas solteiras, a agregação de famílias, comunidades interculturais e a coexistência de diferentes gerações em uma mesma casa. A necessidade de um viver mais sustentável – econômico e ambientalmente – é outro ponto presente.
Ou seja, o objetivo é ter uma vida mais equilibrada e saudável. No design de interiores, isso requer espaços neutros e versáteis, mas com um toque de naturalidade e autenticidade. “Por isso, explorar diferentes elementos e as sensações táteis continua sendo essencial”, explica Ana Marques, responsável pelo marketing e comunicação da Schattdecor Brasil.
Além disso, os ambientes precisam desempenhar diferentes funções a qualquer hora do dia – seja para comer, trabalhar, conversar ou relaxar. Uma grande mesa comunitária ilustra bem essa multifuncionalidade. “Você pode ter pessoas comendo, o avô fazendo uma leitura e as crianças realizando suas atividades na mesma mesa. O conceito é atender às diferentes rotinas dos moradores”, detalha Ana.
A arquitetura conectada à natureza
A popularização da gastronomia saudável e funcional é um exemplo de atividade atrelada ao conceito Community Zone. Isso colabora para a cozinha ser protagonista do lar. Em São Paulo, Berlim ou Xangai – em coberturas de edifícios ou hortas urbanas, cultivam-se alimentos frescos em meio às pessoas. “A natureza nos projetos de interiores também é fonte de inspiração e reequilíbrio em nossa vida”, cita o trendbook.
Vale ressaltar, a ligação entre o urbano e o natural é apontada como uma megatendência, que tende a durar muitos anos. Assim, a madeira e sua representação estão presentes em todos os pontos da casa.
O carvalho, ganha bastante importância, pois consegue representar a madeira de forma bem natural. “Especialmente por ser um material adequado à tecnologia de poro sincronizado, conferindo à superfície o efeito tátil presente na madeira maciça”, enfatiza Ana, da Schattdecor.
Nesse cenário, a decoração também não é estática. Ela sofre constantes intervenções dos moradores e ganha um status bem eclético. Isso se estende aos diferentes tipos de materiais. “Aqui, podemos fazer referência ao maximalismo, tendência bastante vista na edição passada da feira de Milão. Ela combina de forma exagerada diversas texturas e grafismos de temática natural”.
Na coleção de padrões decorativos da Schattdecor, as pedras em grandes escalas, impressas por meio da tecnologia digital, também proporcionam veracidade às superfícies. Os materiais se integram em composições leves e inesperadas, como tecidos naturais e fibras, o que permite criar ambientes e móveis autênticos e com aspecto natural.
Confira sugestões de superfícies decorativas para painéis de madeira e pisos que conversam com o conceito de Community Zone. Entre os padrões sugeridos, estão: Catania Oak, Toscano, Historic Oak Endgrain, Vintage Pine Mix Plank, Canyon Historic Cypress, Lima, Wasabi e Porto. Se preferir, acesse o Trendbook 2018 completo neste link.