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Após uma longa busca por novas instalações, o Museu do Design de Londres está de “casa” nova. O objetivo era encontrar um espaço que permitisse a expansão de suas atividades. No futuro, a instituição almeja abrigar a maior coleção mundial sobre o assunto, o que inclui projetos de arquitetura, moda, produto e design gráfico. Hoje, o novo museu funciona em um edifício da década de 1960, desocupado há mais de dez anos, localizado em Kensington High Street, região oeste da cidade.

O projeto do seu interior foi desenvolvido pelo designer londrino John Pawson. Já o escritório OMA, liderado pelo arquiteto holandês Rem Koolhaas, ficou responsável ​​pela remodelação estrutural e o tratamento exterior do museu.

A exposição inaugural, denominada Designer Maker User, vem sendo responsável por apresentar aos visitantes parte do acervo permanente do museu. São mais de 1000 objetos de design do século XX e XXI. Em uma abordagem não linear, conta a história do design a partir de um diálogo permanente entre Idealizador (Designer), Fabricante (Maker) e Usuário (User). Sim! O Brasil também está representado no Museu do Design de Londres com obras de arquitetura, produtos e móveis.

 

Após uma longa busca por novas instalações, o Museu do Design de Londres está de “casa” nova O projeto interior do Museu do Design de Londres foi desenvolvido pelo designer londrino John Pawson. Já o escritório OMA, liderado pelo arquiteto holandês Rem Koolhaas, ficou responsável pela remodelação estrutural e o tratamento exterior

A mostra parte do pressuposto de que o design é um processo realizado de pessoas para pessoas.

A exposição inaugural, denominada Designer Maker User, vem sendo responsável por apresentar aos visitantes parte do acervo permanente do Museu do Design de Londres

 

MUSEU DO DESIGN DE LONDRES

Designer Maker User

O espaço da exposição, projetado pelo Studio Myerscough e curadoria de Alex Newson, explora a relação entre desenvolvedores e consumidores, buscando romper fronteiras. Um mural com mais de 200 peças demonstra as relações que estabalecemos com diferentes objetos do cotidiano. Os itens selecionados são provenientes de 25 países.

A seleção é diversificada e foi sugerida por 500 visitantes e entusiastas do Museu do Design, e inclui os mais variados itens. Desde uma cédula de cinco libras e um mapa do metrô de Londres, até uma sacola da IKEA, uma lata de Coca-Cola e sandálias Havaianas.

 

Um mural no Museu do Design de Londres, com mais de 200 peças, demonstra as relações que estabalecemos com diferentes objetos do cotidiano

 

Na mostra Designer Maker User, o segmento dedicado ao Designer explora as maneiras como o processo de pensamento é capaz de desenvolver projetos nas mais variadas escalas. “Da colher à cidade”, como sugerido pelo arquiteto italiano Ernesto Nathan Rogers e destacado pela curadoria da exposição.

A seção Maker olha para a evolução dos produtos de fabricação e o usuário. Traça a evolução da produção e as novas tecnologias, desde os primeiros modelos de carros até os braços robóticos e a impressão em 3D.

Na exibição User é explorada a interação entre pessoas e marcas que passaram a definir o mundo moderno, demonstrando como o design mudou a forma como as pessoas se comunicam e como o usuário consome e influencia o Design.

A exposição inaugural, denominada Designer Maker User, vem sendo responsável por apresentar aos visitantes parte do acervo permanente do Museu do Design de Londres

A exposição inaugural, denominada Designer Maker User, vem sendo responsável por apresentar aos visitantes parte do acervo permanente do Museu do Design de Londres

 

REPRESENTAÇÃO DO DESIGN BRASILEIRO EM LONDRES

O design brasileiro não ficou de fora da primeira exposição do novo Museu do Design de Londres. As sandálias Havaianas, lançadas em 1962, foram escolhidas para compor o mural principal com outros 199 objetos clássicos do design mundial.

Mas pouca gente sabe que a inspiração para a criação das Havaianas veio da tradicional sandália de dedo japonesa Zori, com tiras de tecido e sola de palha de arroz. No lugar da palha, entrou a borracha, resistente e macia – feita para durar. O grão de arroz inspirou a textura da palmilha. E o nome foi emprestado do Havaí, projetado por Hollywood como lugar dos sonhos dos anos 60. O histórico da marca pode ser ser lido neste link.

A arquitetura nacional, com os edifícios modernistas e a nova capital federal também foram lembrados. Brasília, criação dos arquitetos Lucio Costa e Oscar Niemeyer na década de 60, mereceu destaque no painel que conta a história do Design, localizado no acesso à exposição principal.

 

 

MOBILIÁRIO BRASILEIRO NO MUSEU DO DESIGN

A italo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992) foi quem mereceu um lugar especial na mostra londrina. Das figuras mais importantes do cenário nacional e internacional, ela é apresentada como arquiteta, designer de móveis, ativista, escritora, educadora e curadora. Entre suas obras estão o Museu de Artes de São Paulo (MASP) e o Sesc Pompéia.

A profissional é reconhecida por utilizar as formas simples do modernismo e a padronização, mas sem esquecer de valorizar a cultura e o artesanato brasileiros. A curadoria do Museu do Design de Londres também a destaca por garantir, por meio do uso de diferentes materiais, como o barro e a palha, um calor e uma variedade de texturas que faltaram aos seus contemporâneos modernistas.

Mas é a Bowl Chair, cadeira projetada em 1951 por Lina Bo Bardi e nunca colocada em produção industrial, o grande destaque do design brasileiro na exposição. Seus dois exemplares originais foram feitos à mão, um em couro preto e o outro com duas almofadas vermelhas e uma concha de plástico transparente.

 

A italo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992) foi quem mereceu um lugar especial na mostra londrina

 

A peça é apresentada como um desafio à forma convencional como nos sentamos. Um convite ao usuário relaxar em posições incomuns e explorar maneiras mais naturais e confortáveis de se sentar. Recentemente, a cadeira começou a ser fabricada, em uma edição limitada de 500 peças, pela empresa italiana de designer Arper.

O acervo e história de Lina Bo Bardi e de seu marido, Pietro Maria Bardi (1990 – 1999), pode ser consultado e visitado no Instituto Bardi, em São Paulo (SP).

 

A cadeira Bowl Chair, de Lina Bo Bardi, começou a ser fabricada, em uma edição limitada de 500 peças, pela empresa italiana de designer Arper

a Bowl Chair, cadeira projetada em 1951 por Lina Bo Bardi e nunca colocada em produção industrial, o grande destaque do design brasileiro no Museu do Design de Londres