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Manifesto criativo, busca da verdade, contato, experiências e comunidades “glocais” (global + local). Estes são alguns direcionamentos que deverão guiar o mercado no início de 2019, segundo a WGSN. Sim, 2018 está apenas começando, mas estamos falando de 2019. Sem “bola de cristal”, a consultoria de tendências revela a sua visão de como a sociedade deve se comportar em um futuro próximo.

De acordo com o relatório da WGSN, o conhecimento, a tecnologia e o design são alicerces de qualquer futuro. Contudo, em um mundo de rápidas e contínuas mudanças, as visões sobre o futuro serão cada vez mais variadas. Ainda assim, tópicos comuns continuarão impactando nossos desejos e necessidades em 2019. Estes incluem…

 

Até 2019, o “real” se tornará ainda mais valioso segundo a WGSN

 

Manifesto criativo e a busca do “real”

As pessoas clamam pela verdade, por serem ouvidas e em serem diferentes. Para causar um impacto. Com isso, a criatividade florescerá. Essa tendência também compreende inovações que geram mudanças positivas dentro e fora das empresas. Estas, aliás, devem defender os valores em que acreditam.

A WGSN destaca ainda que as linhas entre verdade e ficção se tornam cada vez mais “borradas” e notícias falsas passam a ocupar nossas redes sociais. Até 2019, o “real” se tornará ainda mais valioso.

O Facebook tem sido alvo de críticas, principalmente por ser uma plataforma muitas vezes utilizada para a propagação de notícias falsas. As quais podem ter influenciado eleições como a dos Estados Unidos. O uso de perfis falsos para manipular a opinião pública também preocupa autoridades brasileiras.

Junto com esse foco em encontrar a verdade, a agência de tendências prevê que a intuição se tornará mais importante no processo geral. Ainda mais em um mundo impulsionado por dados. “Números, folhas e relatórios podem ocupar a maior parte na tomada de decisões, mas todas essas coisas podem ser manipuladas e apenas fornecem parte da história”.

 

Entre as tendências de 2019 está a des globalização do mundo, e isso abre oportunidades para o glocalismo

 

Comunidades locais e “glocais”

A WGSN acredita também que as comunidades virtuais serão comuns em 2019. Elas desconsideram a localização geográfica e são construídas em torno de membros com valores e interesses compartilhados.

Essa macrotendência considera a des-globalização do mundo. Ou seja, as pessoas desejam se conectar tanto localmente na vida real quanto globalmente através das mídias sociais. Portanto, é hora de encontrar um terreno comum.

E como as empresas geram crescimento e diálogos neste mundo glocal?

A chave para se manter relevante no futuro, diz a WGSN, é uma compreensão dos consumidores a nível local – suas diferenças e semelhanças. Isso permite criar uma comunidade em torno da marca, seja global, local ou ambas. “Compreender os padrões entre as regiões apresenta oportunidades para o glocalismo”.

Nesse sentido, o relatório da WGSN cita uma declaração de Qi Lu, chefe de operação da Baidu. A empresa é um dos maiores motores de busca do mundo e domina esse mercado na China. “Essencialmente, a suposição é que você tem casas espaçosas e vários quartos. Na China, esse não é o caso. Uma casa no Japão, na Índia ou no Brasil, está muito mais perto de uma casa na China do que uma casa na América do Norte”.

 

De acordo com a WGSN, o conhecimento, a tecnologia e o design são alicerces de qualquer futuro

 

Em contato, gerando novas experiências

Vivendo entre a necessidade de permanecer socialmente conectados e o desejo de sair da “grade”, as pessoas vão querer voltar a entrar em contato com as coisas que as tocam, emocionalmente e fisicamente.

De acordo com a WGSN, à medida que a humanidade percebe a relação entre o equilíbrio mental e físico, e parte em busca do que realmente a sensibiliza, nos conectamos com nossos sentimentos e emoções. Portanto, produtos e serviços passarão a ser criados pensando no efeito que eles causam nos consumidores. E você não precisa esperar por 2019 para seguir essa tendência.

Aliás, observar a evolução dos hábitos de consumo com abordagens emocionais é cada vez mais comum no marketing. O desejo dos consumidores é impulsionado por experiências (e não somente produtos).

Mesmo que você não concorde com essas previsões, não há dúvida de que estamos vivendo um momento de rápidas mudanças. Logo, “ler” os desejos e “atender” as necessidades dos consumidores será crucial para a sobrevivência de qualquer negócio. Você já sabe o que seus potenciais compradores desejam viver, experimentar e sentir?

 

Segundo a WGSN, as pessoas vão querer voltar a entrar em contato com as coisas que as tocam, emocionalmente e fisicamente

 

WGSN – The Vision 2019

No seu relatório The Vision 2019, a empresa destaca que megatendências duram por anos, ou décadas. A estratégia para empresas e profissionais é discernir tendências micro e macro, e adaptá-las aos seus negócios e produtos. A WGSN explica ainda que uma tendência macro abrange pelo menos cinco anos e impacta uma variedade de indústrias e segmentos. Um bom exemplo é o boom existente sobre a cultura do bem-estar. Essas tendências evoluem a cada nova temporada, ano a ano.

Estima-se, o mercado global de bem-estar movimenta cerca de US$ 3,7 trilhões. Os dados são do The Global Wellness Institute.

A valorização do artesão é outra megatendência consolidada, pontua a WGSN. Com ela, vemos movimentos de redução do impacto ecológico e humano sobre o consumo. O crescimento de empreendedores alternativos, que transformaram hobbies em empresas, é outra vertente. Por fim, temos a valorização do artesanato e das suas experiências como antídoto para o mundo digital.

No mercado de interiores, vemos essa tendência se desenvolver com a incorporação de plantas pela casa, preferência por materiais naturais, como linho, madeira e couro, e o crescimento do faça você mesmo (DIY). No campo da alimentação, o slow food, comer local, cerveja artesanal e restaurantes pop-up são alguns insights.

 

No relatório The Vision 2019, a WGSN destaca que megatendências duram por anos, ou décadas

 

Mas como prever tendências em 2019?

Para Carla Buzasi, diretora Global de Conteúdo da WSGN, as tendências estão ao nosso redor. “Telefones inteligentes. Espaços de cooperação. Suco verde. Conhecemos as tendências que definem nossas vidas diárias. No entanto, o que muitas vezes não percebemos são as interconexões”.

Essa análise, detalha Buzasi, combina intuição, experiência e leitura de dados diversos. Da geopolítica mundial às subculturas locais, artistas de vanguarda e influenciadores digitais, incluindo bio-tecnologia, mudanças demográficas, setores industriais, entre muitas outras fontes. “Ao avaliar todo esse contexto temos capacidade de concretizar nossas recomendações”, diz.